Publicado na BBC Brasil
“Enfim fizemos uma grande descoberta no Vale dos Reis: uma magnífica tumba, intacta. Espero sua chegada”, escreveu o explorador britânico Howard Carter em uma mensagem enviada para o colega George Herbert. O ano era 1922 e Carter queria que Herbert se juntasse à expedição que acabara de praticamente tropeçar na tumba de um dos mais famosos faraós egípcios.
A descoberta da tumba e de seus tesouros foi uma sensação mundial. Embora o “Rei Tut” não estivesse enterrado em uma pirâmide, outros líderes egípcios tiveram estes monumentos como local final de repouso, e muita gente quer saber o que as câmaras ainda não descobertas podem esconder no interior dessas estruturas incríveis.
Patrimônio
O problema é que, apesar de as pirâmides estarem de pé há milhares de anos, nós ainda sabemos muito pouco sobre seu interior. E isso alimenta as mais variadas teorias nas mais variadas situações. Em um recente debate entre os políticos que disputam a candidatura do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, por exemplo, Ben Carson, defendeu o argumento de que as pirâmides eram imensos depósitos de grãos.
Por que os mistérios persistem? E por que nunca as exploramos completamente?
Para começar, as pirâmides têm imensa importância arqueológica. Seu design complexo, bem como hieróglifos e possíveis artefatos em seu interior fazem com que qualquer sugestão de escavações soarem inapropriadas ou irresponsáveis, ao contrário do que fizeram Carter e outros.
“A arqueologia moderna se preocupa em não danificar o patrimônio que quer estudar”, explica Alice Stevenson, do Museu de Arqueologia da University College, em Londres.
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