Um
dos momentos mais difíceis para qualquer pai: encontrar outro homem na
cama da sua filha adolescente. Deve-se lidar com a situação sem perder a
cabeça. Este pai conta a sua experiência. O depoimento completo, que
foi originalmente publicado na plataforma Reddit, é muito bonito e pode nos ensinar mais sobre amor.
"Um manhã, eu
me levantei, desci as escadas e dei de cara com esta situação: minha
filha de 17 anos dormindo na sala com um garoto. E pelo visto, a noitada
tinha sido "árdua". Em silêncio, preparei o café da manhã, subi de novo
as escadas e disse para minha esposa, meu filho e minha filha mais nova
que não podíamos fazer barulho porque tinha gente dormindo. Então,
todos descemos. A nossa mesa fica do outro lado da sala, bem de frente
para o sofá. Nós todos nos sentamos e eu gritei "RAPAZ!" Eu nunca vi
alguém levantar tão rápido na minha vida. "O café está pronto", eu
disse, com aquele tom de pai que está prestes a sugar sua alma pelo
ouvido esquerdo. Puxei a cadeira ao meu lado. "Senta!"
Deve ter sido
os 6 metros mais difíceis para um garoto totalmente nu atravessar,
principalmente se ele também tem que esconder a inevitável ereção
matinal. Minha filha mais nova e minha esposa não conseguiam parar de
olhar. Ele vestiu as roupas jogadas ao lado da mesa e se sentou. Meu
filho (1.90 de altura) deu um tapinha em seu ombro, olhou-o bem nos
olhos, suspirou e sacudiu a cabeça. Neste ponto, o pobre garoto estava
muito, muito nervoso. No meu tom mais intimidador eu então disse: "meu
amigo, eu agora vou fazer uma pergunta muito important... para você..." O
suor lhe escorria pelo rosto. "Você gosta de gatos?"
Ele era um
garoto muito simpático e agradável. Não tinha muita educação formal, mas
era óbvio que ele era inteligente. Minha filha me assegurou que ele era
muito atencioso e carinhoso. Ela o conhecia há pouco mais de um mês.
Daquela manhã em diante, ele passou a frequentar nossa casa diariamente,
mas nunca mais passou a noite.
Todas as
manhãs, ele a levava para a escola em sua bicicleta, a trazia para casa
depois e se assegurava de que ela fazia o dever de casa. Ele cuidava
dela quando ela adoecia e nós estávamos no trabalho. Ele investiu tempo e
cuidados e tinha a paciência de um santo quando minha filha estava de
mal humor.
Ele disse que
não tinha família, educação formal ou emprego fixo. Mas minha filha o
adorava. Então, quem era eu para impedir que ela aprendesse com seus
próprios erros?
Passados 8
meses, meu filho um dia me disse que havia feito perguntas e averiguado a
história do namorado da irmã. Resulta que ele morava na rua. Seu pai,
que havia sido violento, tinha cometido suicídio. A mãe, viciada em
crack, o havia abandonado 3 semanas depois. Na época, eles viviam em um
trailer alugado, mas desde a morte do pai e o sumiço da mãe 3 anos
atrás, ele havia sobrevivido nas ruas, dormindo em parques, na casa de
"amigos" e em albergues baratos. Ele estava trabalhando em uma
obra quando minha filha o conheceu a caminho da escola. Ele era um rapaz
atraente, ela uma garota de 17 anos, hormônios à flor da pele... acho
que era mesmo inevitável.
Então, lá
estavámos nós e este garoto. Um garoto de 18 ou 19 anos, educado, que
chegava sorrindo e saía sorrindo. Um garoto que se importava, que
ajudava sem precisar pedir, que fazia minha filha feliz. Um garoto que
nunca teve a chance de ser criança. Filho de um pai maníaco depressivo e
de uma mãe viciada em drogas, dependia dos vizinhos para comer ou então
passava fome.
Às vezes,
quando ele conseguia trabalho e não aparecia, sentíamos sua falta. Eles
não eram melhores amigos, mas meu filho gostava dele. Minha filha mais
nova confiava nele cegamente e a minha esposa já se sentia mãe dele
também. E quanto a mim? Descobri que me preocupava com ele, queria que
ele fosse feliz.
Eu contei à
minha esposa e filha o que havia descoberto. Elas choraram muito. Para
mim foi muito difícil contar toda a história, principalmente porque a
reação da minha filha mais velha me decepcionou. Ela sabia a verdade.
Ela deveria ter nos contado. Ela o amava mas o deixava ir todas as
noites... para onde?! Pensei, que filha eu havia criado?!
No próximo dia,
eu entreguei a ele a chava da nossa casa. Disse que o esperava em casa
todas as noites. Em casa. Durante as próximas semanas, nós arrumamos o
quarto de hóspedes, compramos móveis. Ele era muito habilidoso e gostava
de construir coisas. Disse que queria ter seu próprio negócio algum
dia. Nós garantimos que ele tivesse uma formação que lhe permitiu fazer
exatamente isso.
Isso tudo foi
em 2000. Hoje, 15 anos depois, meu filho e minha filha têm um negócio
bastante próspero. Eles nos deram 2 netos lindos ano passado. Gêmeos, um
menino e uma menina." Postado por Kangar, no Reddit.
Algumas
vezes o sentido da vida não está em conhecer quem você é mas em criar a
pessoa que gostaria de se tornar. Esta família teria perdido alguém
muito especial se este pai tivess perdido a cabeça e simplesmente
expulsado o garoto de casa.
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